costaverde

um brinde ao analógico

Não quero começar aqui fazendo uma referência a nostalgia dos tempos que já não voltam mais, mas a criação íntima humana, o analógico.

Não preciso percorrer os significados em dicionários quando o próprio sentimento a palavra já vislumbra uma qualidade pertencente somente a ela, a invenção.

A invenção de forma mais íntima e quase carnal da mente humana na criação de suas evoluções, na materialização do progresso, nas formas criativas para soluções dos problemas que exploram em todos os sentidos os sentidos do homem.

Não estou falando da ideia, estou me apegando de uma intimidade que há cheiro, que há toque, há a própria sensação de poder correr os dedos sentindo a superfície que se tateia ali.

Uma antítese quase que perfeita do digital, está perpetrada não mais no íntimo humano, mas na sua cópia, fria, e preocupada cada vez mais na superioridade, em manter seus dados fidedignos que cada vez mais nos afastam de sermos o que somos, humanos quentes de relações, de estranhos labirintos de relacionamentos e escolhas que nos levam para fins que nunca foram planejados nem lá no começo da nossa aventura.

Embora no começo do texto tenha comentado que não faria uma referência a nostalgia, gostaria da licença em que aqui escrevo para fazer uma associação a nossa memória.

Nós somos puramente analógicos, quando nos remetemos as nossas histórias. Ao vasculharmos o nosso passados, passamos a frente com exageros, de forma passional, quente e viva. O contrário da exatidão e precisão do digital.

Vivo na constante busca de me ater mais perto daquilo que a natureza prega o que é pertencente a mim. Estar próximo às minhas invenções exageradas, ao meu progresso acalorado e minhas relações vivas e cheias de engrenagens.

Percebo que o mundo corre atrás de uma perfeição desmedida, é no meu pouco tempo de vida que posso ainda criar e ser parte daquilo que nos faz gente. A capacidade de criar vínculos e espaços com diferentes seres, e ter a liberdade de permitir o exagero da memória criar laços para história.

#estante