o sono não veio, a despedida já se foi
talvez se fumasse, estaria com um cigarro na boca enquanto acompanho o silêncio desta noite, de um motivo sem por qualquer que seja que tenha me feito acordar, existe um pouco de chuva que não chega nem a perturbar o silêncio, mas acompanha de colírio algum choro guardado
ainda não aprendi com os cuidados necessários e nem com as escolhas indiferentes, nunca fui de me acostumar com despedidas, nem de saber o que fazer ou o que buscar como resposta, se há que necessite de resposta se não a própria partida
talvez se estivesse entre um trago e outro que me desse estabilidade ou a própria notoriedade de saber do que estou falando, que não sejam apenas palavras ao vento, sem nexo, sem sentido e sem nenhuma condição com a realidade
os sinais já não me pertencem, torno-me poeira da própria indiferença dada pela fumaça que se esvai, da sutileza retribuída pela economia de gestos, do adeus que me foi dito antes de um sonho eterno.