costaverde

jardineiro de ideias

Sempre fui fascinado pela concepção de vida do plantar um feijão no algodão. Lembro até hoje quando vi esse experimento pela primeira vez, acompanhar cada dia, colocar um pouco de água e só ver a mágica acontecer. Poder acompanhar ali, num copo transparente um grão de feijão brotar. Embora seja simples, é assim que passei a modular tudo que faço na minha vida... em etapas.

As vezes uma benção, as vezes uma maldição. Ter a vida segmentada por etapas pressupõe que para ir para seguir em frente, a etapa anterior tem que estar completa. E muitas vezes, ter a vida modular assim me surge como uma barreira, mas também me modula sempre a poder começar alguma coisa nova.

Posso começar falando sobre ter plantas, tudo começou com um pé de manjericão na pandemia. Acho que na pandemia todo mundo começou e/ou descobriu um hobby novo. Até hoje me fascina como aquele comecinho de nada foi crescendo, se tornou imponente até precisar mudar o vaso, fazer trocas, para comportar todo o seu tamanho que eu carinhosamente chamava de minha macieira. Era linda e saber que eu tive a paciência de acompanhar todo o seu processo até crescer e poder usar para os meus temperos. Uma sensação maravilhosa, poder usar na minha comida algo que eu cultivei.

O mesmo se vale para todo projeto que vou começar, não consigo imaginar e ver o ponto final. Já tem muito tempo que não olho como vai ser com a vida toda realizada, por conta da minha maldição. Não sei imaginar o futuro, se essa etapa do presente não estiver concluída. E a etapa que vivo hoje é a mudança de vida profissional, toda a minha vida está condicionada a isto.

E aqui ficamos, com a benção de me permitir começar novos hobbys, conhecer novas pessoas, experimentar novas formas de estudar, sem vislumbrar o resultado final, apenas poder acompanhar de fora esse feijão se tornar um broto. É a parte mais interessante de tudo isso, conseguir curtir e experimentar cada processo para a conclusão de uma etapa.

#estante