aonde estou
Não sei.
Não sei por onde começar que não me vejo em mim. Não conquistei metade das aspirações que planejei, não cultivei a outra metade das relações que construí. Estou em mim, vazio, deslocado, sozinho e desolado. Não entenda isso como tristeza e apatia, pois há beleza na vida.
Não sei aonde estou, pois não sei pra onde ir. Tomo decisões tentando acertar, sem arrependimento porque tento corrigir o presente, mas continuo dando de cara com a parede em todas as curvas desse labirinto. As vezes, tento entender se há saída para isso aqui.
As vezes só reflito, será que tudo isso é punição por todas as vezes que não investi aonde deveria ter investido? Teria tudo sido mais fácil se só tivesse acatado as condições, mesmo que o sentimento fosse de fuga?
Essa interminável consequência de não possuirmos um manual de como viver, dessas pretensões geradas artificialmente, já que todos a nossa volta estão nessa corrida contra o tempo. As vezes só tenho medo, só tenho medo de estar desperdiçando essa linda vida por uma corrida que nunca foi minha. Não tenho aspirações materialistas, não vislumbro a riqueza, não quero ser mais do que ninguém.
Essas perguntas ficarão para depois, para um próximo texto. Pois agora o tempo está passando e eu tenho que voltar pra essa corrida, afinal pra garantir boas condições para os meus, eu preciso do sentimento artificial gerado para que pelo menos em vida, tenhamos melhores situações para que possamos fazer alguma escolha futura.